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sábado, 5 de setembro de 2015

ALOÍSIO, CLÓVIS E LUANA






Clóvis, um dos habitantes do Bosque das Margaridas e melhor amigo de Aloísio, dizia: “Você é um grande mal-agradecido!... Não se esqueça de que deve a sua prosperidade a nós!... Embora sejamos pequenos, contribuímos de forma decisiva para que você se tornasse o comerciante próspero que é hoje!... Você não pode deixar de vir aqui porque, além dos tomates que você nos traz diariamente, gostamos muito da sua amizade!...”.

Aloísio disse: “Não me entenda mal, mas a vida pede mudanças... E eu não estou feliz!... Preciso dar outro rumo à minha vida... Você compreende?...”.

Clóvis respondeu: “Não. Pensamos que você fosse diferente dos outros humanos, mas estávamos enganados. Pode ir!... Não há nada que o prenda aqui.”.

Após esboçar um sorriso triste, Aloísio exclamou: “É aí que você se engana!... Eu estou apaixonado por Luana, e receio que ela também goste um pouco de mim!... Seremos dois a sofrer, se eu não partir... Eu daria tudo para poder viver, naquele cogumelo, ao lado dela!...”.

Clóvis prestou atenção ao que o amigo dissera e preferiu guardar para si os comentários. Ele se ausentou por alguns minutos e, com a ajuda de mais dois homenzinhos, trouxe um grande barril de vinho e disse: “Está certo!... Você poderá nos esquecer e deixar de vir aqui nos trazer os tomates, mas antes beba do nosso melhor vinho!... Ele foi guardado durante muito tempo para uma ocasião especial como esta.”.

Aloísio sorriu e agradeceu ao amigo pela generosidade. Mas, quando ele ingeriu a última gota do vinho, que Clóvis e os homenzinhos aos poucos iam despejando em seu copo, ele exclamou: “Você me envenenou!... Eu me sinto atordoado, e algo muito terrível está acontecendo dentro de mim!... O que havia dentro da bebida?!... Veneno para ratos?!... Eu me tornei um ser desprezível apenas porque não suportaria ver Luana casar-se com alguém do tamanho dela?!... Eu amo Luana e sei que, de algum modo, ela também me ama!... Eu não pretendia traí-los... Eu só desejava me afastar para tentar esquecê-la...”.

Aloísio desmaiou, e os homenzinhos o levaram para dentro de um dos cogumelos. Horas depois, quando ele despertou, viu Clóvis e Luana sentados em um sofá em frente à cama. Ele levantou e se sentia zonzo... Não porque ainda estivesse sob o efeito do álcool, mas porque estava embriagado de paixão.


Texto: Sisi Marques

Arte: Felipe Farias




Querido Leitor,


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